Guilherme de
Azevedo (Santarém, Portugal, 1839 - Paris, França, 1882).
Foi um dos poetas revolucionários da “Geração de 70”. A sua obra poética marca a ruptura da poesia romântica para a poesia de combate.Colaborou na “Lanterna Mágica” e no “Álbum das Glórias”, este último de parceria com Bordalo Pinheiro que publicou uma série de caricaturas assinadas por Guilherme de Azevedo, sob pseudónimo.
As suas poesias estão reunidas em três colectâneas: Aparição, Radiações da Noite e Alma Nova. Em colaboração com Guerra Junqueiro, escreveu Viagem à Roda da Parvónia.
O Seu
Nome é Muito Próprio Dela
O seu nome é gracioso e muito próprio dela:
Respira um vago tom de música inocente;
E lembra a placidez de um lago transparente;
Recorda a emanação tranquila duma estrela.
Respira um vago tom de música inocente;
E lembra a placidez de um lago transparente;
Recorda a emanação tranquila duma estrela.
Lembra um título bom, que logo nos revela
A ideia do poema. E todo o mundo sente
Não sei que afinidade entre o seu ar dolente,
a sua morbideza, e o próprio nome dela.
A ideia do poema. E todo o mundo sente
Não sei que afinidade entre o seu ar dolente,
a sua morbideza, e o próprio nome dela.
E chego acreditar - ingenuamente o digo -
Que havia um nome em branco, e Deus pensa consigo
Em traduzi-lo enfim numa expressão qualquer:
Que havia um nome em branco, e Deus pensa consigo
Em traduzi-lo enfim numa expressão qualquer:
De
forma que a mulher suave e graciosa
Faz parte deste nome um tanto cor-de-rosa,
E este nome gentil faz parte da mulher.
Faz parte deste nome um tanto cor-de-rosa,
E este nome gentil faz parte da mulher.
Guilherme de
Azevedo, in “Antologia Poética”.
Imagem: Guilherme de Azevedo
retratado por Rafael Bordalo Pinheiro.
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