Júlio Dinis (Porto, Portugal,
1839-1871).
Poeta, escritor e médico observou sempre o mundo com optimismo e um
profundo sentido de fraternidade e esperança.
Nos seus romances, de linguagem simples, retratou a vida dos meios
burgueses e campesinos. As figuras dos seus romances são, na sua maioria, tiradas
de pessoas com quem viveu ou contactou na vida real.
É considerado um escritor que se sitiou, literariamente, entre o
romantismo e o realismo.
Algumas das suas famosas obras: As Pupilas do Senhor Reitor, Morgadinha
dos Canaviais, Uma Família Inglesa, Serões da Província,
Os Fidalgos da Casa Mourisca, Poesias.
Palavras
de Júlio Dinis:
"Não
sei que moda anda agora de se não considerar o choro como a mais eloquente
expressão do pesar! Eu por mim, é dos sinais em que deposito mais fé."
Momento
Decisivo
O Sol
descia ao poente,
E florente estava o prado
Ouviam-se auras suaves
E das aves o trinado.
Tu sentada ao pé da fonte
O horizonte contemplavas
Vias o Sol declinando
E, corando, suspiravas.
E depois...seria acaso?
Do ocaso a vista ergueste,
E, ao olhar-me, mais coraste,
Suspiraste e emudeceste.
Foi bem rápido o momento
Dum alento repentino;
Porém nesse olhar de fogo
Eu li logo o meu destino.
Nesse olhar, no rubor vivo,
No furtivo respirar...
Diz, tu mesma nessas letras
Não soletras já: amar?
E florente estava o prado
Ouviam-se auras suaves
E das aves o trinado.
Tu sentada ao pé da fonte
O horizonte contemplavas
Vias o Sol declinando
E, corando, suspiravas.
E depois...seria acaso?
Do ocaso a vista ergueste,
E, ao olhar-me, mais coraste,
Suspiraste e emudeceste.
Foi bem rápido o momento
Dum alento repentino;
Porém nesse olhar de fogo
Eu li logo o meu destino.
Nesse olhar, no rubor vivo,
No furtivo respirar...
Diz, tu mesma nessas letras
Não soletras já: amar?
Júlio Dinis
Imagem: retrato de Júlio Dinis executado pelos alunos do 6º ano
de escolaridade do Agrupamento de Escolas de Maceda e Arada (2011-2012), em
Educação Visual e Tecnológica. Os alunos efectuaram uma pesquisa de fotografias
de personalidades relevantes do Concelho de Ovar, onde o escritor viveu durante
alguns anos. Utilizaram a técnica da colagem, com variados pedacinhos de papel
de diversas cores de revistas e jornais.
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