sábado, 31 de janeiro de 2015

ANTÓNIO CORREIA DE OLIVEIRA - A Despedida

 
 
 
 
 
 

António Correia de Oliveira (São Pedro do Sul, Portugal, 1879 – Esposende, Portugal, 1960).

Foi um poeta de craveira invulgar, vindo do povo, moldado nos costumes da gente simples de Portugal.

Luís Forjaz Trigueiros (1915 – 2000), crítico literário, escreveu sobre o poeta: “A sua poesia de tónica nacionalista e exaltação dos valores da religião e da Pátria, conseguiu sobreviver a modas estéticas e à renovação das correntes líricas pelas suas qualidades e autenticidade poética que a tornaram inconfundível.”

Em 1909 foi eleito sócio da “Academia Brasileira de Letras”, ocupando a cadeira que fora de Emílio Zola.

Em 1937, por ocasião de outra visita ao Brasil, foi homenageado pela mesma Academia.

Escreveu, Pátria Nossa – Pátria Vossa, saudando o Brasil.
 
 
       A Despedida
 
Três modos de despedida
Tem o meu bem para mim:
- «Até logo»; «até à vista»:
Ou «adeus» – É sempre assim.
«Adeus», é lindo, mas triste;
«Adeus» … A Deus entregamos
Nossos destinos: partimos,
Mal sabendo se voltamos.
«Até logo», é já mais doce;
Tem distância e ausência, é certo;
Mas não é nem ano e dia,
Nem tão-pouco algum deserto.
Vale mais «até à vista»,
Do que «até logo» ou «adeus»;
«À vista», lembra, voltando,
Meus olhos fitos nos teus.
 
Três modos de despedida
Tem, assim, o meu Amor;
Antes não tivesse tantos!
Nem um só… Fora melhor.
 
António Correia de Oliveira                    
 

 
 
 

 


1 comentário:

  1. Belíssimo Poema "A Despedida".
    Parabéns pela postagem, José Eduardo!
    Um grande abraço!

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