segunda-feira, 29 de outubro de 2018

LUÍS DE FREITAS BRANCO - Compositor



LUÍS DE FREITAS BRANCO
(Lisboa, Portugal, 1890 - 1955)
Compositor, pedagogo, crítico, musicólogo

***

Luís de Freitas Branco deixou um legado de grande riqueza e eclectismo e é referenciado muitas vezes como “o introdutor do modernismo em Portugal”, responsável pela aproximação da música portuguesa à composição europeia sua contemporânea.

Em 1910, viajou para Berlim para ter aulas com Humperdinck, seguindo em 1911 para Paris onde contactou com Debussy e se familiarizou com o Impressionismo musical, estudando com Gabriel Grovlez.

Da produção musical de Freitas Branco fazem parte obras nos domínios da música religiosa; música de câmara; concertística; sinfónica, que, a partir da década de 20, assumem uma vertente mais neoclássica, mais preocupada com a clareza formal e objectividade (ainda que com as marcas do modernismo), exemplificadas pelas suas quatro sinfonias; colaborações cinematográficas de forte inspiração wagneriana que incluem as bandas sonoras de Douro, Faina Fluvial de Manuel de Oliveira (1934), Gado Bravo (1934) e Frei Luís de Sousa (1950) de António Lopes Ribeiro. 

Entre 1906 e 1908, compôs três poemas sinfónicos inspirados em autores portugueses: Antero de Quental, Depois duma leitura de Júlio Diniz (cuja partitura se encontra desaparecida) e Depois duma leitura de Guerra Junqueiro, obras onde é notória a relação íntima entre a música e a literatura. Mas o interesse do compositor pelo poeta e filósofo revolucionário oitocentista Antero de Quental revelar-se-ia ainda em obras como o poema sinfónico Solemnia Verba (1951), Hino à Razão (1932) ou Três Melodias sobre poemas de Antero (1934-1941).

Obra programática de inspiração literária, o poema sinfónico Antero de Quental é uma peça notável e que, apesar de ser uma composição de juventude, revela um conhecimento técnico na linha pós-wagneriana de grande sofisticação.



in “Casa da Música” (excertos)

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