LUÍS DE FREITAS BRANCO
(Lisboa, Portugal, 1890 - 1955)
Compositor,
pedagogo, crítico, musicólogo
***
Luís de Freitas Branco
deixou um legado de grande riqueza e eclectismo e é referenciado muitas vezes
como “o introdutor do modernismo em Portugal”, responsável pela aproximação da
música portuguesa à composição europeia sua contemporânea.
Em 1910, viajou para
Berlim para ter aulas com Humperdinck, seguindo em 1911 para Paris onde
contactou com Debussy e se familiarizou com o Impressionismo musical, estudando
com Gabriel Grovlez.
Da produção musical de
Freitas Branco fazem parte obras nos domínios da música religiosa; música de
câmara; concertística; sinfónica, que, a partir da década de 20, assumem uma
vertente mais neoclássica, mais preocupada com a clareza formal e objectividade
(ainda que com as marcas do modernismo), exemplificadas pelas suas quatro
sinfonias; colaborações cinematográficas de forte inspiração wagneriana que
incluem as bandas sonoras de Douro, Faina
Fluvial de Manuel de Oliveira (1934), Gado
Bravo (1934) e Frei Luís de Sousa
(1950) de António Lopes Ribeiro.
Entre 1906 e 1908, compôs três poemas
sinfónicos inspirados em autores portugueses: Antero de Quental, Depois
duma leitura de Júlio Diniz (cuja partitura se encontra desaparecida) e Depois duma leitura de Guerra Junqueiro,
obras onde é notória a relação íntima entre a música e a literatura. Mas o
interesse do compositor pelo poeta e filósofo revolucionário oitocentista
Antero de Quental revelar-se-ia ainda em obras como o poema sinfónico Solemnia Verba (1951), Hino à Razão (1932) ou Três Melodias sobre poemas de Antero
(1934-1941).
Obra programática de
inspiração literária, o poema sinfónico Antero
de Quental é uma peça notável e que, apesar de ser uma composição de
juventude, revela um conhecimento técnico na linha pós-wagneriana de grande
sofisticação.
in “Casa da Música” (excertos)
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