sexta-feira, 8 de novembro de 2013

AFONSO LOPES VIEIRA

 

Afonso Lopes Vieira nasceu em Leiria, no dia 26 de Janeiro de 1878. Viveu até 25 de Janeiro de 1946.

Bacharelou-se em Direito, pela Universidade de Coimbra, em 1900. Mudou-se para Lisboa, onde exerceu, durante 16 anos, a função de redactor na Câmara dos Deputados. A partir de então, empenhou-se totalmente na criação literária.

Publicou o seu primeiro livro de poemas em 1897, intitulado “Para Quê”.

Sucederam-se outras publicações, entre as quais “Ar Livre”, “O Pão e as Rosas”, “Canções do Vento e do Sol”, etc.

Terminou, em 1940, a sua obra poética com o livro “Onde a Terra se Acaba e o Mar Começa”.
Afonso Lopes Vieira pertenceu à corrente literária denominada Renascença Portuguesa.
Participou em diversas conferências, cujos temas eram a defesa e divulgação da cultura nacional, e que se se encontram recolhidos em dois volumes intitulados: “Em Demanda do Graal”, em 1922 e “Nova Demanda do Graal”, em 1942.
As crianças beneficiaram também do talento de Afonso Lopes Vieira. Escreveu "Animais Nossos Amigos”, e realizou o filme infantil “O Afilhado de Santo António”, entre outros trabalhos.
Para cinema escreveu os diálogos de “Camões e Inês de Castro”, de Leitão de Barros e para “Amor de Perdição”, de António Lopes Ribeiro.
Afonso Lopes Vieira doou a sua vivenda à Câmara Municipal da Marinha Grande, que a transformou em Casa Museu, aberta ao público. No seu interior permanecem os diversos objectos pessoais do poeta.

 
              Linda Inês



Choram ainda a tua morte escura
aquelas que chorando a memoraram;
as lágrimas choradas não secaram
nos saudosos campos da ternura.

Santa entre as santas pela má ventura,
rainha, mais que todas que reinaram;
amada, os teus amores não passaram
e és sempre bela e viva e loira e pura.
Ó Linda, sonha aí, posta em sossego
No teu moimento de alva pedra fina,
como outrora na fonte do Mondego.
Dorme, sombra de graça e de saudade,
colo de garça, amor, moça, menina,

bem-amada por toda a eternidade!
 
 
Afonso Lopes Vieira, in “Cancioneiro de Coimbra”. 
 


 
 
 
 
 
 
 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

MALMEQUER

MALMEQUER Português, ó malmequer Em que terra foste semeado? Português, ó malmequer Cada vez andas mais desfolhado Ma...