Manuel Bandeira nasceu no Recife, Brasil, no dia 19 de Abril de 1886. Viveu até 13 de
Outubro de 1968.
Foi poeta, professor,
tradutor, cronista, historiador, crítico literário, crítico de artes plásticas,
crítico de música e de cinema.
Colaborou em diversos jornais e revistas
brasileiros.
Precursor do modernismo, é também
considerado o poeta do verso livre.
Desde 1938, foi membro do Conselho
Consultivo do Departamento do Património Histórico e Artístico Nacional.
Em 1940, foi eleito para a Academia
Brasileira de Letras, ocupando a cadeira nº 24.
Foi premiado pela “Sociedade Felipe de
Oliveira” e pelo “Instituto Brasileiro de Educação e Cultura”.
Participou em várias antologias poéticas.
Em 1954, publicou o livro de memórias
intitulado “ Itinerário de Pasárgada”.
Estrela da Manhã
Eu quero a
estrela da manhã
Onde está a
estrela da manhã?
Meus amigos, meus
inimigos
Procurem a
estrela da manhã.
Ela desapareceu
ia nua
Desapareceu com
quem?
Procurem por toda
a parte.
Digam que sou um
homem sem orgulho
Um homem que
aceita tudo
Que me importa?
Eu quero a
estrela da manhã.
Três dias e três
noites
Fui assassino e
suicida
Ladrão, pulha,
falsário
Virgem
mal-sexuada
Atribuladora dos
aflitos
Girafa de duas
cabeças
Pecai por todos
pecai com todos
Pecai com os
malandros
Pecai com os sargentos
Pecai com os fuzileiros navais
Pecai de todas as maneiras
Com os gregos e
com os troianos
Com o padre e com
o sacristão
Com o leproso de
Pouso Alto
Depois comigo
Te esperarei com
mafuás novenas cavalhadas
comerei terra
e direi coisas de
uma ternura tão simples
Que tu
desfalecerás
Procurem por toda
parte
Pura ou degradada
até a última baixeza
Eu quero a
estrela da manhã.
Manuel Bandeira
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