domingo, 10 de novembro de 2013

MANUEL BANDEIRA

 

         Manuel Bandeira nasceu no Recife, Brasil, no dia 19 de Abril de 1886. Viveu até 13 de Outubro de 1968.

        Foi poeta, professor, tradutor, cronista, historiador, crítico literário, crítico de artes plásticas, crítico de música e de cinema.

        Colaborou em diversos jornais e revistas brasileiros.

        Precursor do modernismo, é também considerado o poeta do verso livre.

        Desde 1938, foi membro do Conselho Consultivo do Departamento do Património Histórico e Artístico Nacional.

        Em 1940, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira nº 24.

        Foi premiado pela “Sociedade Felipe de Oliveira” e pelo “Instituto Brasileiro de Educação e Cultura”.

        Participou em várias antologias poéticas.

        Em 1954, publicou o livro de memórias intitulado “ Itinerário de Pasárgada”.



      Estrela da Manhã
 
Eu quero a estrela da manhã
Onde está a estrela da manhã?
Meus amigos, meus inimigos
Procurem a estrela da manhã.
 
Ela desapareceu ia nua
Desapareceu com quem?
Procurem por toda a parte.
 
Digam que sou um homem sem orgulho
Um homem que aceita tudo
Que me importa?
Eu quero a estrela da manhã.
 
Três dias e três noites
Fui assassino e suicida
Ladrão, pulha, falsário
 
Virgem mal-sexuada
Atribuladora dos aflitos
Girafa de duas cabeças
Pecai por todos pecai com todos
 
Pecai com os malandros
Pecai com os sargentos
Pecai com os fuzileiros navais
Pecai de todas as maneiras
 
Com os gregos e com os troianos
Com o padre e com o sacristão
Com o leproso de Pouso Alto
 
Depois comigo
 
Te esperarei com mafuás novenas cavalhadas
comerei terra
e direi coisas de uma ternura tão simples
Que tu desfalecerás
 
Procurem por toda parte
Pura ou degradada até a última baixeza
Eu quero a estrela da manhã.
 
Manuel Bandeira
 
    





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