Jacques Prévert (1900-1977)
nasceu em Neuilly-sur-Seine, França.
Foi poeta, escritor, dramaturgo.
Em 1925, aderiu ao movimento de escritores
surrealistas.
Escreveu diálogos para
importantes filmes franceses.
A sua primeira colectânea de poesia, “Palavras”, foi
um grande sucesso editorial.
Em 1951, publicou “Espectáculo”, uma colecção de
poesia e obras de teatro.
Prévert usava uma linguagem clara, com ironia e humor,
por vezes corrosivo, em relação à sociedade e aos diversos poderes instituídos,
que o tornaram um dos poetas franceses mais populares do século XX.
Jacques Prévert foi um poeta da
liberdade.
Palavras de Jacques Prévert:
"É
preciso tentar ser feliz, nem que seja apenas para dar o exemplo."
Familiar
A mãe faz tricô
O filho vai à guerra
Tudo muito natural acha a mãe
E o pai que faz o pai?
Negocia
A mulher faz tricô
O filho luta na guerra
Ele negocia
Tudo muito natural acha o pai
E o filho e o filho
o quê que o filho acha?
Nada absolutamente nada acha o filho
O filho sua mãe faz tricô seu pai negocia e luta na guerra
A mãe faz tricô
O filho vai à guerra
Tudo muito natural acha a mãe
E o pai que faz o pai?
Negocia
A mulher faz tricô
O filho luta na guerra
Ele negocia
Tudo muito natural acha o pai
E o filho e o filho
o quê que o filho acha?
Nada absolutamente nada acha o filho
O filho sua mãe faz tricô seu pai negocia e luta na guerra
Quando tiver terminado a guerra
Negociará com o pai
A guerra continua a mãe continua ela tricota
O pai continua ele negocia
O filho foi morto ele não continua mais
O pai e a mãe vão ao cemitério
Tudo muito natural acham o pai e a mãe
A vida continua a vida com o tricô a guerra os negócios
Os negócios a guerra o tricô a guerra
Negociará com o pai
A guerra continua a mãe continua ela tricota
O pai continua ele negocia
O filho foi morto ele não continua mais
O pai e a mãe vão ao cemitério
Tudo muito natural acham o pai e a mãe
A vida continua a vida com o tricô a guerra os negócios
Os negócios a guerra o tricô a guerra
Os
negócios os negócios e os negócios
A vida com o cemitério.
A vida com o cemitério.
Jacques Prévert
Tradução: Silviano Santiago
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