Ruy
Cinatti (1915-1986) nasceu em Londres. Aos dois anos de idade
veio para Portugal.
Foi poeta,
antropólogo e agrónomo.
Estudou
antropologia social na Universidade de Oxford.
Licenciado em
Agronomia, trabalhou, durante cinco anos, como chefe dos Serviços de
Agricultura do Governo de Timor.
Foi co-fundador das
revistas “Cadernos de Poesia” e “Aventura”.
Algumas das suas
obras publicadas: “Nós não Somos Deste Mundo”; “Poemas Escolhidos”; “O Tédio
Recompensado”; “Timor-Amar”; “56 Poemas”; “Um Cancioneiro para Timor”.
Recebeu vários
prémios, entre os quais: “Prémio Antero de Quental”; “Prémio Nacional de
Poesia”; “Prémio Camilo Pessanha”.
Em 1992, foi agraciado com a “Grã-Cruz da Ordem do
Infante D. Henrique”.
Palavras
de Ruy Cinatti:
“Quem não me deu Amor, não me deu nada”
Quando
o amor morrer dentro de ti
Quando o amor morrer dentro de ti,
Caminha para o alto onde haja espaço,
E com o silêncio outrora pressentido
Molda em duas colunas os teus braços.
Relembra a confusão dos pensamentos,
E neles ateia o fogo adormecido
Que uma vez, sonho de amor, teu peito ferido
Espalhou generoso aos quatro ventos.
Aos que passarem dá-lhes o abrigo
E o nocturno calor que se debruça
Sobre as faces brilhantes de soluços.
E se ninguém vier, ergue o sudário
Que mil saudosas lágrimas velaram;
Desfralda na tua alma o inventário
Do templo onde a vida ora de bruços
A Deus e aos sonhos que gelaram.
Quando o amor morrer dentro de ti,
Caminha para o alto onde haja espaço,
E com o silêncio outrora pressentido
Molda em duas colunas os teus braços.
Relembra a confusão dos pensamentos,
E neles ateia o fogo adormecido
Que uma vez, sonho de amor, teu peito ferido
Espalhou generoso aos quatro ventos.
Aos que passarem dá-lhes o abrigo
E o nocturno calor que se debruça
Sobre as faces brilhantes de soluços.
E se ninguém vier, ergue o sudário
Que mil saudosas lágrimas velaram;
Desfralda na tua alma o inventário
Do templo onde a vida ora de bruços
A Deus e aos sonhos que gelaram.
Ruy
Cinatty, in “Obra Poética”.
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