ANTÓNIO SARDINHA
(Monforte, Portugal, 1887 -
Elvas, 1925)
Historiador, poeta
***
Convertido
ao catolicismo e aos ideais monárquicos, fundou em 1914, com Alberto Monsaraz e
Hipólito Raposo, a revista de filosofia política Nação Portuguesa, que em 1916 daria origem ao Integralismo Lusitano,
de que foi o chefe prestigioso. O fracasso da tentativa de restauração
monárquica, no Porto, levou-o ao exílio em Espanha (1919-1921).
No regresso
dedicou-se à sua obra de historiador e doutrinador, em grande parte publicada
postumamente. Apesar da morte prematura, a sua obra dá-lhe jus a ser
considerado o mais fecundo renovador do pensamento português nas segunda e
terceira décadas do século XX.
in “Livro dos Grandes Portugueses”
***
Letreiro
Tudo o que sou o sou por obra e
graça
da comoção rural que está
comigo.
Foi a virtude lírica da Raça
a herança que eu herdei do sangue
antigo.
Foi esta voz que em minhas veias
passa
e atrás da qual, maravilhado eu
sigo.
Como um licor de encanto numa taça,
assim se quer esse condão comigo.
Olhai-me: – Eu vim de honrados
lavradores.
De avós e netos, sempre os meus
Maiores
fitaram o horizonte que hoje eu
fito.
«O que estaria além da curva estreita?»
– E da pergunta, a cada instante
feita.
nasceu em mim a ânsia pró
Infinito.
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