ANTÓNIO DE
SOUSA
(Porto, Portugal, 1898 – Oeiras,
1981)
Poeta
***
A VELHA SALA
A velha sala sonolenta
Cheira a bordado, a missanga,
A flores mortas, a tristeza, a pó…
Cheira a silêncio inútil
E a amareladas pontas de cigarros
Só fumados até meio.
A traça rói nas estantes
Livros que já ninguém lê,
Livros que ninguém leu até ao fim.
Do piano, se o tocassem,
A música sairia com bolor!
Da velha sala sonolenta
Vem qualquer coisa que dá pena
E vontade de fugir!
Oh, a minha alma cheia de saudades
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