MARGARET ATWOOD
(Ottawa, Canadá, 1939)
Poetisa,
escritora, crítica literária
***
POEMA NOCTURNO
Não há
nada a temer,
É apenas o vento
Movendo para o leste, é apenas
Teu pai o trovão
Tua mãe a chuva
É apenas o vento
Movendo para o leste, é apenas
Teu pai o trovão
Tua mãe a chuva
Neste país
aquático
Com sua lua parda e húmida feito cogumelo,
Seus tocos submersos e enormes aves
Que nadam, aonde o musgo cresce
Por todos os lados das árvores
E tua sombra não é tua sombra,
Mas teu reflexo,
Com sua lua parda e húmida feito cogumelo,
Seus tocos submersos e enormes aves
Que nadam, aonde o musgo cresce
Por todos os lados das árvores
E tua sombra não é tua sombra,
Mas teu reflexo,
Teus
verdadeiros pais desaparecem
Quando as cortinas cobrem tua porta.
Nós somos os outros,
Os do fundo do lago
Silentes estamos ao pé de tua cama,
Com nossas cabeças de escuridão.
Viemos para cobrir-te
Com lã vermelha,
Com nossas lágrimas e sussurros distantes.
Quando as cortinas cobrem tua porta.
Nós somos os outros,
Os do fundo do lago
Silentes estamos ao pé de tua cama,
Com nossas cabeças de escuridão.
Viemos para cobrir-te
Com lã vermelha,
Com nossas lágrimas e sussurros distantes.
Tu
balanças nos braços da chuva
A fria arca do teu sono,
Enquanto esperamos, teus nocturnos
Pai e mãe
Com nossas mãos frias e lanternas mortas,
Sabendo que somos somente
As oscilantes sombras lançadas
Por uma vela, neste eco
Que ouvirás vinte anos mais tarde.
A fria arca do teu sono,
Enquanto esperamos, teus nocturnos
Pai e mãe
Com nossas mãos frias e lanternas mortas,
Sabendo que somos somente
As oscilantes sombras lançadas
Por uma vela, neste eco
Que ouvirás vinte anos mais tarde.
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