ANTÓNIO BOTTO
(Abrantes, Portugal, 1897 – Rio
de Janeiro, Brasil,1959)
Poeta, dramaturgo
***
TENHO
A CERTEZA DE QUE ENTRE NÓS TUDO ACABOU
Tenho
a certeza
De que entre nós tudo acabou.
Deixá-lo!
Bendita seja a tristeza!
- Não há bem que sempre dure
E o meu bem pouco durou.
Não levantes os teus braços,
Para de novo cingir
A minha carne de seda;
- Vou deixar-te... vou partir.
De que entre nós tudo acabou.
Deixá-lo!
Bendita seja a tristeza!
- Não há bem que sempre dure
E o meu bem pouco durou.
Não levantes os teus braços,
Para de novo cingir
A minha carne de seda;
- Vou deixar-te... vou partir.
E se um dia te lembrares,
Dos meus olhos cor de bronze
E do meu corpo franzino,
Acalma
A tua sensualidade,
Bebendo vinho e cantando
Os versos que te mandei
N'aquela tarde cinzenta...
Dos meus olhos cor de bronze
E do meu corpo franzino,
Acalma
A tua sensualidade,
Bebendo vinho e cantando
Os versos que te mandei
N'aquela tarde cinzenta...
Adeus!
Quem fica sofre bem sei;
Mas sofre mais quem se ausenta!...
Mas sofre mais quem se ausenta!...
in “Canções”
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