quinta-feira, 15 de maio de 2014

Emilia Pardo Bazán

 
 

Emilia Pardo Bazán  (1851-1921) nasceu na Corunha, Galiza, Espanha.
Ensaísta, jornalista, poetisa, professora e crítica literária, é considerada a melhor novelista espanhola do século XIX.
Com 8 anos de idade escreveu uma poesia de homenagem ao exército que regressava, após a sua vitória, da campanha do Norte de África.
Foi a criadora do movimento naturalista em Espanha.
Desempenhou os cargos de Conselheiro da Instrução Pública e de professora de Literatura Contemporânea, na Universidade de Madrid.
Algumas das suas publicações: “Jaime”; “Um Viagem de Núpcias”; “S. Francisco de Assis”; “A Tribuna”; “Ensaio Crítico sobre Darwinismo;  “A Mulher Tribuno”; “A Mãe Natureza”. 
Foi autora de livros de viagem.
A sua obra completa é constituida por 43 volumes.
É atribuído, anualmente, em Madrid, o “Prémio Castelhano de Literatura”, que tem o seu nome.
Foi das primeiras espanholas a revelar-se activa no campo dos direitos da mulher.
 

Palavras de Emilia Pardo Bazán: 

“Se no meu bilhete de identidade estivesse  Emilio, em vez de Emilia, que diferente teria sido a minha vida…”

 

Excerto do conto “A Pomba Azul”:                         

“Um dia, olhando para o telhado onde se haviam empoleirado algumas pombas, vi uma coisa que me deixou emocionada: uma pomba nova, desconhecida, mas da mesma cor, exatamente da mesma cor de um pedaço do céu. Uma pomba de plumagem turquesa, uma ave que parecia flor, um ser divino. Eu havia dito que a meninice não explica muitas coisas, mas seu instinto é qualidade maravilhosa, ainda mal estudada. Quem me havia ensinado que uma pomba azul não existia na realidade, e que essa cor só podia vir do infinito?

As cores das pombas eram variadíssimas. Havia as verde-metálico, as cinza-pérola, as nacaradas, com tons e cambiantes de cobre…

Mas aquele azul! Aquele era exatamente o matiz de minha alma, era a nota dos meus sonhos, meu próprio ser, impregnado, bailando no fluido das distâncias misteriosas e na onda clara dos imensos mares… E a pomba de plumagem turquesa voejava dentro de mim, e eu supunha que, depois de aparecer-me um instante, ia levantar voo perdendo-se outra vez em seu elemento próprio, a abóbada de turquesa estendida também sobre os prosaicos telhados, justificando o verso popular:

O céu de Marineda está coberto de azul…”

Emilia Pardo Bazán

Tradução: Herci

 

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