Emilia
Pardo Bazán (1851-1921) nasceu
na Corunha, Galiza, Espanha.
Ensaísta, jornalista, poetisa, professora e crítica literária, é considerada a
melhor novelista espanhola do século XIX.
Com
8 anos de idade escreveu uma poesia de homenagem ao exército que regressava,
após a sua vitória, da campanha do Norte de África.
Foi
a criadora do movimento naturalista em Espanha.
Desempenhou
os cargos de Conselheiro da Instrução Pública e de professora de Literatura
Contemporânea, na Universidade de Madrid.
Algumas
das suas publicações: “Jaime”; “Um Viagem de Núpcias”; “S. Francisco de Assis”;
“A Tribuna”; “Ensaio Crítico sobre Darwinismo”; “A
Mulher Tribuno”; “A Mãe Natureza”.
Foi autora de livros de viagem.
A sua obra completa é
constituida por 43 volumes.
É atribuído, anualmente, em
Madrid, o “Prémio Castelhano de Literatura”, que tem o seu nome.
Foi
das primeiras espanholas a revelar-se activa no campo dos direitos da mulher.
Palavras de
Emilia
Pardo Bazán:
“Se
no meu bilhete de identidade estivesse
Emilio, em vez de Emilia, que diferente teria sido a minha vida…”
Excerto do conto “A Pomba Azul”:
“Um dia, olhando para
o telhado onde se haviam empoleirado algumas pombas, vi uma coisa que me deixou
emocionada: uma pomba nova, desconhecida, mas da mesma cor, exatamente da mesma
cor de um pedaço do céu. Uma pomba de plumagem turquesa, uma ave que parecia
flor, um ser divino. Eu havia dito que a meninice não explica muitas coisas,
mas seu instinto é qualidade maravilhosa, ainda mal estudada. Quem me havia
ensinado que uma pomba azul não existia na realidade, e que essa cor só podia
vir do infinito?
As cores das pombas
eram variadíssimas. Havia as verde-metálico, as cinza-pérola, as nacaradas, com
tons e cambiantes de cobre…
Mas aquele azul!
Aquele era exatamente o matiz de minha alma, era a nota dos meus sonhos, meu
próprio ser, impregnado, bailando no fluido das distâncias misteriosas e na
onda clara dos imensos mares… E a pomba de plumagem turquesa voejava dentro de
mim, e eu supunha que, depois de aparecer-me um instante, ia levantar voo
perdendo-se outra vez em seu elemento próprio, a abóbada de turquesa estendida
também sobre os prosaicos telhados, justificando o verso popular:
“O céu de Marineda está coberto de azul…”
Emilia Pardo Bazán
Tradução: Herci
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