Vitorino Nemésio (1901-1978) nasceu na Praia da Vitória, Açores, Portugal.
Poeta, romancista, ensaísta, cronista, ficcionista, biógrafo,
jornalista, professor, investigador, historiador e conferencista, é considerado
um dos escritores mais expressivos do
século XX.Foi Professor Catedrático da Faculdade de Letras de Lisboa.
Com quinze anos de idade publicou o primeiro livro de poemas “Canto Matinal”.
Em 1927, pertenceu ao movimento da “Presença”. Dez anos depois, fundou a “Revista de Portugal”.
Algumas das suas obras: “O Bicho Harmonioso”; “O Verbo e a Morte”; “Canto de Véspera”; “Varanda de Pilatos”; “Conhecimento de Poesia”; “Corsário das Ilhas”.
Em 1944, foi publicado o famoso romance “Mau Tempo no Canal”.
Foi colaborador habitual de revistas e jornais,
comunicador de rádio e televisão.
Em 1969, apresentou o programa televisivo, de sua autoria, “Se bem me
lembro…”.Foi Membro da Academia das Ciências de Lisboa e correspondente da Academia Brasileira de Letras .
Na Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, está situado o “Centro Internacional de Estudos Nemesianos”.
Em
Lugar da Portela de Oliveira, na Serra do Buçaco, está localizado o “Museu do
Moínho Vitorino Nemésio”. Este Moínho foi doado pelos herdeiros do escritor à
autarquia, que o recuperou. O escritor possuía três moínhos no concelho de
Penacova, tendo sido “Presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos
Moínhos”.
Recebeu o “Prémio Nacional de Literatura”
e o “Prémio Montaigne”.
Palavras de
Vitorino Nemésio:
“Sou
contraditoriamente religioso e ateu. Religioso nas horas vagas.”
Quando Toda és
Terra a Terra
Marga, teu busto tufa,
Dois gomos e véus de ilhal
Palpitam palmo de gente
Nesse tefe-tefe igual
E há qualquer coisa de ardente
Que se endireita e que rufa
Nem tambor a general.
Dois gomos e véus de ilhal
Palpitam palmo de gente
Nesse tefe-tefe igual
E há qualquer coisa de ardente
Que se endireita e que rufa
Nem tambor a general.
Marga, teu peitinho estringes,
Toca a quebrados na praça
De armas que empunham rapazes
De guarda a uma egípcia esfinge,
E um vento de guerra passa
E o pau da bandeira ringe
Antes de fazer as pazes.
Toca a quebrados na praça
De armas que empunham rapazes
De guarda a uma egípcia esfinge,
E um vento de guerra passa
E o pau da bandeira ringe
Antes de fazer as pazes.
Marga, que deusa de guerra,
A Miosótis se interpôs
Quando toda és terra a terra
Cálice de rododendro
Zango nunca em ti se pôs
Em estames senão tremendo...
A Miosótis se interpôs
Quando toda és terra a terra
Cálice de rododendro
Zango nunca em ti se pôs
Em estames senão tremendo...
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