segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Fernanda de Castro

 



Fernanda de Castro (1900-1994) nasceu em Lisboa, Portugal.
Foi romancista, tradutora, poetisa, dramaturga e escritora de literatura infantil.

Em 1919, publicou o seu primeiro livro de sonetos, Antemanhã.

Fundou e dirigiu a “Associação dos Parques Infantis”.

Em 1964, realizou as “Tardes de Poesia” no Teatro Tivoli, em Lisboa.

Foi homenageada pelo cenáculo literário-artístico “Tábua Rasa”.

Recebeu o “Prémio Nacional de Poesia”, o “Prémio Ricardo Malheiros” e o “Prémio do Teatro Nacional D. Maria II”.



Palavras de Fernanda de Castro:

"Hoje, quando acordei, ainda era escuro, tinha o quarto cheio de frésias e de lilases. A metade de mim já acordada pensou: «Frésias e lilases no Inverno? Impossível!» A outra metade retorquiu. «Que mania da lógica! O que tem importância é que cheirem bem!”



        Os anos são degraus


Os anos são degraus, a vida a escada.
Longa ou curta, só Deus pode medi-la.
E a Porta, a grande Porta desejada,
Só Deus pode fechá-la, Pode abri-la.

São vários os degraus; alguns sombrios,
Outros ao sol, na plena luz dos astros,
Com asas de anjos, harpas celestiais.
Alguns, quilhas e mastros
Nas mãos dos vendavais.

Mas tudo são degraus; tudo é fugir
À humana condição.
Degrau após degrau,
Tudo é lenta ascensão.

Senhor, como é possível a descrença,
Imaginar, sequer, que ao fim da Estrada
Se encontre após esta ansiedade imensa
Uma porta fechada
E mais nada?


Fernanda de Castro, in “Asa no Espaço”.

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