quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A lamentável catástrofe de D. Inês de Castro

 
 
 
 
 
 

A lamentável catástrofe de D. Inês de Castro

 
Da triste, bela Inês, inda os clamores
Andas, Eco chorosa, repetindo;
Inda aos piedosos Céus andas pedindo
Justiça contra os ímpios matadores;

Ouvem-se inda na Fonte dos Amores
De quando em quando as náiades carpindo;
E o Mondego, no caso reflectindo,
Rompe irado a barreira, alaga as flores:

Inda altos hinos o universo entoa
A Pedro, que da morte formosura
Convosco, Amores, ao sepulcro voa:

Milagre da beleza e da ternura!
Abre, desce, olha, geme, abraça e c'roa
A malfadada Inês na sepultura.



 
Bocage (Setúbal, Portugal, 1765 – Lisboa, Portugal, 1805).
Imagem:
óleo sobre tela do pintor Karl Briullov (São Petersburgo, Rússia, 1799-1852).


Este quadro está exposto no Museu Russo de São Petersburgo.

 

 

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