Pearl S. Buck (Hillsboro,
Virgínia Ocidental, EUA, 1892 – Dandy, Vermont, EUA, 1973).
Viveu
durante 40 anos na China, onde estudou a civilização chinesa, cuja mentalidade
e costumes viria a descrever, admiravelmente, nos seus romances.
Estabeleceu
uma sólida ligação entre o Oriente e o Ocidente, possibilitando a aproximação
de dois povos que tanto amava.
Pearl
S. Buck criou, entre outros, o programa “Welcome House Adoption”, cujo
objectivo era encontrar famílias adoptivas para crianças abandonadas.
A
sua antiga residência na cidade de Zhenjiang, próximo de Xangai, foi
transformada em Museu.
Em
1972, escreveu o seu último romance: A
China Ontem e Hoje.
Ganhou,
em 1938, o “Prémio Nobel de Literatura”.
Palavras
de Pearl S. Buck:
“De
todos os perigos, o maior é subestimarmos o nosso inimigo.”
Excertos do livro:
“A Mãe”:
(…) “Desde que casara, tinha dado à luz em quase todas
as Primaveras. Mas nesta tal não se passara. Parecia-lhe natural estar
grávida, um acontecimento que pensava repetir-se uma vez após outra.
Agora notava que isso era uma alegria que não tinha sabido avaliar até ao
momento; e a solidão esmagou-a dolorosamente. Os seios doeram-lhe ao
pensar que, a menos que o marido regressasse, nunca mais teria filhos na
Primavera. Subitamente, o desejo percorreu-lhe o corpo como um grito: Por
favor, regressa! Vem para casa! Sim, parecia-lhe ouvir a sua voz
gritar estas palavras e estacou, receosa de as ter pronunciado em voz alta
diante da rapariguita. Mas não, não tinha gritado, era apenas o barulho do
vento e o cantar vivo de um melro numa romãzeira.” (…)
(…) “De início, as lágrimas vieram devagar e amargas,
depois correram mais depressa, e então apoiou a cabeça no túmulo e chorou,
como choram as mulheres quando os seus corações estão tão cheios do
desgosto das suas vidas, e a amargura brota e transborda de tal modo, que
em nada mais pensam, senão em aliviar a dor que lhes esmaga a existência.
O carpir daquele pranto, levado pela brisa da Primavera, chegou à aldeia
e, ao ouvi-lo, as mães e as esposas entreolhavam-se e diziam baixinho:
Deixem-na chorar, pobre alma, e aliviar o seu pesar. Durante estes meses
de viuvez ela não o tem feito. Digam aos filhos que a deixem aliviar-se. E
deixaram-na chorar.”(…)
Pearl S. Buck
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