LOUISE WEISS
(Arras, França,1893 – Paris, 1983)
Escritora, feminista, política e
jornalista
Com apenas 21 anos, já licenciada em Letras, foi convidada para
assistente universitária. Estava-se nas vésperas da I Grande Guerra
(1914-1918). Como muitíssimas outras raparigas, foi enfermeira durante a
guerra, facto que a marcou profundamente, como relata nas suas Memórias. Era trágico ver massacrar e desaparecer amigos e colegas
da sua idade.
Em 1918, criou o seu próprio jornal, "L’Europe
Nouvelle", que dirigiu até 1984. Assistiu, em 1918, à assinatura do
Tratado de Versalhes, que pôs fim à 1ª Guerra Mundial, com a consciência de que
os vencedores se iriam digladiar em breve, como aconteceu.
Vai abraçar
apaixonadamente a causa dos checos emigrados que se queriam libertar do jugo do
império austro-húngaro.
Fundou em 1934 "La Femme Nouvelle", associação para a
igualdade dos direitos cívicos entre franceses e francesas com o fim de obter
legislação para que as mulheres tivessem direito ao voto. A inauguração da sua
sede foi um acontecimento social, apesar da chuva. Foi a 6 de Outubro de 1934,
em plenos Campos Elísios, em Paris. Na montra da frente afixou o mapa do mundo,
onde estavam a todos os países em que as mulheres já votavam, acompanhado de
uma legenda bem visível: "As americanas votam, as inglesas votam, as
alemãs votam, as austríacas votam, as checas, as húngaras, as chinesas votam.
As francesas não votam." À França, esse direito só chegará em 1944.
Durante
a II Guerra Mundial é secretária do comité de refugiados, desenvolvendo uma
intensa actividade, sem nunca deixar de ser jornalista. De 1942 a 1944, dirige
o jornal clandestino "Nouvelle République".
Com mais de cinquenta anos, resolveu
‘vagabundear’ pelo mundo, como conta em Memórias de Uma Europeia,
para conhecer como viviam e pensavam as mulheres dos outras continentes.
Durante vinte e cinco anos visita o Extremo Oriente, a Ásia Menor, a África, o
Alasca, a China, etc., escrevendo e filmando.
Fundou em 1970, com Gaston
Bouthoul, o "Instituto de Polemologia" e, nesse ano, em Estrasburgo, criou também
o "Instituto das Ciências da Paz".
Em 1975, é admitida na Academia Francesa. Em 1979, concorreu às
eleições europeias e obteve um lugar no Parlamento Europeu em Estrasburgo, no Grupo
de Democratas Europeus pelo Progresso. Permaneceu no posto de deputada europeia
até ao dia da sua morte.
Começou a escrever as suas extensas memórias em 1968,
um total de oito volumes onde recorda, numa escrita tão cativante quanto
acessível, toda a sua vida e luta pelos direitos das mulheres e pela unidade
europeia.
Morreu, com 90 anos, a 26 de Maio de 1983, tendo-lhe sido prestada
uma homenagem a nível europeu com toda a solenidade. Ficou conhecida como «A
decana das feministas europeias" e, com o seu nome, foi criada
posteriormente uma fundação que procura seguir e preservar os valores da
unidade europeia.
in “O Leme”
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