TEATRO
NACIONAL DE SÃO CARLOS
As obras de construção do
Teatro Nacional de São Carlos tiveram início a 8 de Dezembro de 1792. A sua
inauguração ocorreu a 30 de Junho de 1793, com a ópera em dois actos La ballerina amante, de Domenico
Cimarosa, seguida do bailado A felicidade
lusitana, de Caetano Gioia.
Aquando
da sua inauguração, o S.Carlos era um espaço único na capital, não apenas pela
sua dimensão, magnificência e boas condições de funcionamento, mas também por
ser um espaço concebido especificamente para a representação de teatro lírico.
O
espaço original — edificado à semelhança do Teatro di San Carlo de Nápoles,
consumido pelo fogo em 1816 — foi projectado pelo arquitecto José da Costa e
Silva. As obras de edificação foram concluídas em apenas seis meses, dando
origem a uma sala de espectáculos com atributos técnicos perfeitos, de forma
elíptica e com cinco planos de espectadores — um primeiro piso composto por
plateia e frisas, camarotes de 1ª, 2ª e 3ª ordem, e um último piso com varandas
e torninhas. Uma sumptuosa tribuna real, da autoria de Giovanni Maria Appiani,
concluída em 1821, erguia-se ao centro da sala, no lado oposto ao palco,
ocupando parte dos três pisos que compreendem a área dos camarotes.
A
iluminação original era feita por meio de velas de sebo, colocadas em lustres e
candelabros distribuídos por todo o edifício. A sua utilização era desagradável
devido ao cheiro e fumo que produziam. Estas velas foram posteriormente
substituídas por umas inodoras e permaneceram, juntamente com um grande lustre
central de candeeiros de azeite instalado em 1819, a única fonte de iluminação
do teatro até 1850, ano em que foi instalada a iluminação a gás. A luz eléctrica chegou ao S. Carlos em 1885.
Para além do espectáculo operático, o S. Carlos
albergou também oratórias e concertos – de entre muitos, destaca-se a presença
de Franz Liszt, em 1845 – bem como bailados e teatro declamado.
No teatro
declamado destaca-se a passagem de Sarah Bernhardt e a sua companhia, em Novembro de 1895. Relativamente aos bailados, registe-se a passagem da
companhia Bolshoi, da Royal Ballet e da Ópera de Paris. Mais recentemente
passaram pelo S. Carlos notáveis intérpretes do espectáculo operático entre os
quais se destacam Maria Callas, Renata Tebaldi, Plácido Domingo, Alfredo Kraus
e Monserrat Caballé.
Fonte: Instituto Camões (excertos e adaptação)
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