JOHN DRYDEN
(Northamptonshire, Inglaterra, 1631 – 1700)
Poeta
e dramaturgo
Eminente autor dramático
do século XVII, contribuiu de modo relevante para a renovação do teatro inglês
do período barroco.
São magníficos os seus trabalhos nos libretos de diversas
óperas com música de Henry Purcell, entre elas King Arthur (1691) e The
indian queen (1695).
Além disso, duas importantes obras suas, Ode a Santa Cecília e O festim de Alexandre, inspiraram, anos
mais tarde, dois oratórios notáveis de G.F.Haendel.
***
“Os
grandes espíritos são seguramente aliados da loucura, separam-nos finas
paredes.”
***
À MEMÓRIA DO SR. OLDHAM
Adeus,
ó tardiamente conhecido,
A
quem pensei que meu houvera sido:Por certo nossas almas são estreitas
E de um só molde poético são feitas.
Uma nota em comum em nossa lira
Causa de pronto aos imbecis a ira.
Nosso saber rumou à mesma raia,
Onde o primeiro é quem mais cedo saia.
Destarte em solo oleoso Nisus cai
E seu amigo em sua frente sai.
Fruto precoce!, em teu copioso estoque
O que mais tinha o tempo pra dar? O que
(Coisa que a natureza não dá aos moços)
Devia era ensinar a arte dos nossos.
Mas a sátira não precisa disso.
Ela reluz mesmo não tendo viço.
É um erro nobre, feito raramente,
Que o poeta queira a força tão somente.
Mesmo precoce, teu fruto sublime
É perspicaz, e, embora hoje se rime
Um doce nada, o tempo amadura e redime.
Uma vez mais, adeus; salve e adeus,
Já tão cedo, ó Marcellus entre os meus!
Encobrem teu rosto o laurel e a hera,
Mas a noite profunda te encarcera.
Sem comentários:
Enviar um comentário