OLAVO BILAC
(Rio
de Janeiro, Brasil, 1865 – 1918)
Poeta,
jornalista e cronista
RUTH
Pede
pouco! Mais tem do que um monarca
O
pobre, tendo o pouco que pedia:
E
é rico, achando, ao terminar do dia,
Paz
no espírito e pão no fundo da arca,
Triste,
ó alma, a ambição que o mundo abarca!
Perde
tudo quem quer a demasia.
Poupa
o riso e o prazer! porque a alegria
Tanto
é mais doce quanto mais é parca.
Feliz,
modesto coração, te dizes,
Quando
vais, como Ruth, em muda prece,
Em
pós dos segadores mais felizes:
Feliz
é o simples, que, feliz, procura
Uma
espiga apanhar da alheia messe,
Um resto miserável da ventura.
in “Tarde”
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