JÚLIO DANTAS
(Lagos,
Portugal, 1876 - Lisboa, 1962
Escritor
... QUAND ON NE
S'AIME PLUS
Ponto
final. Adeus. Tinha previsto o fim.
Quis
muito, quis demais... O culpado fui eu.
Se
é que pode morrer o que nunca viveu,
Sinto que morreu hoje o teu amor por mim.
Fiz
mal em vir? Talvez. Quiseste ver-me: vim.
Que
placidez a tua e que sorriso o teu!
Amor
que raciocina é amor que morreu.
Pode lá nunca amar quem se domina assim!
Tinha
de ser. Adeus. Deixas-me triste e doente.
Depois,
qual é o amor que vive eternamente?
Tudo envelhece, e passa, e morre como tu.
Nunca
mais me verás. É a vida, afinal.
Dá-me
o último beijo e não me queiras mal...
Il faut rompre en
pleurant quand on ne s'aime plus.
in “Revista ATLÂNTIDA” - 1915, Lisboa
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