sexta-feira, 27 de outubro de 2017

JÚLIO DANTAS - ...Quand on ne s'aime plus




JÚLIO DANTAS
(Lagos, Portugal, 1876 - Lisboa, 1962

Escritor

... QUAND ON NE S'AIME PLUS


Ponto final. Adeus. Tinha previsto o fim.
Quis muito, quis demais... O culpado fui eu.
Se é que pode morrer o que nunca viveu,
Sinto que morreu hoje o teu amor por mim.

Fiz mal em vir? Talvez. Quiseste ver-me: vim.
Que placidez a tua e que sorriso o teu!
Amor que raciocina é amor que morreu.
Pode lá nunca amar quem se domina assim!

Tinha de ser. Adeus. Deixas-me triste e doente.
Depois, qual é o amor que vive eternamente?
Tudo envelhece, e passa, e morre como tu.

Nunca mais me verás. É a vida, afinal.
Dá-me o último beijo e não me queiras mal...
Il faut rompre en pleurant quand on ne s'aime plus.



in “Revista ATLÂNTIDA” - 1915, Lisboa


Sem comentários:

Enviar um comentário

MALMEQUER

MALMEQUER Português, ó malmequer Em que terra foste semeado? Português, ó malmequer Cada vez andas mais desfolhado Ma...