EDUARDO GUERRA CARNEIRO
(Chaves, Portugal, 1942 — Lisboa, 2004)
Poeta,
escritor, jornalista
***
Trabalhou
em jornais e agências de publicidade, além de redigir argumentos, diálogos e textos
para cinema, rádio e televisão. A sua obra evoluiu do surrealismo para o lirismo
romântico.
***
Auto-Retrato
Quantas horas não choras a pensar
em ti — quando ando, desando,
neste viver sem mim.
Quantos anos sem tino. de mim
este cantar desencantado — assim.
Embora os dias me afastem já de ti
procuro saber do teu espaço,
nas casas brancas onde o azul desmaia. sinal
de outro tempo em que ainda rias,
espaço meu. afinal alteras, aterras, ó desenterrado.
Finges, desarmas, com teu gosto azedo. procuras,
já vives, nas verdes veredas. mas não sabes,
nem queres, do teu ao meu, essa coisa
chamada amor.
Quantas horas não choras a pensar
em ti — quando ando, desando,
neste viver sem mim.
Quantos anos sem tino. de mim
este cantar desencantado — assim.
Embora os dias me afastem já de ti
procuro saber do teu espaço,
nas casas brancas onde o azul desmaia. sinal
de outro tempo em que ainda rias,
espaço meu. afinal alteras, aterras, ó desenterrado.
Finges, desarmas, com teu gosto azedo. procuras,
já vives, nas verdes veredas. mas não sabes,
nem queres, do teu ao meu, essa coisa
chamada amor.
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