Edwin Morgan (1920-2010) nasceu em Glasgow, Escócia.
Poeta, dramaturgo, crítico, tradutor, professor de Inglês e Literatura na Universidade de Glasgow, foi considerado um dos poetas mais destacados do seu país.
Em 1950, publicou o primeiro livro de poesia, “The Vision of Cathkin Braes”.
Em 1960, envolveu-se no movimento internacional da poesia concreta. Encetou contactos com poetas concretos de S. Paulo, no Brasil. Foi o maior representante deste tipo de poesia na Escócia.
Activista académico e cultural, colaborou com inúmeras revistas, publicando poemas e ensaios críticos.
Recebeu vários galardões literários: “Prêmio de Tradução Weidenfeld” em 2001; “Ordem do Mérito da República da Hungria” e “Medalha de Ouro 2000 da Rainha para a Poesia”.
Em 2004, foi nomeado “Poeta Nacional da Escócia”.
Foi desejo do escritor a criação de uma Fundação para premiar jovens poetas escoceses, que se concretizou em 2012.
Palavras de Edwin Morgan:
“O problema dos especialistas é que eles tendem a pensar sempre nas mesmas coisas.”
Um Cigarro
Não há fumo sem ti, meu fogo.
Depois de teres partido,
o teu cigarro cresceu no meu cinzeiro
e enviou uma linha de uma cinza muito calma.
E sorri a quem iria acreditar no seu sinal
de tanto amor. Um cigarro
no cinzeiro do não-fumador.
Enquanto a última espiral
estremece, uma pequena corrente de ar
sopra o seu caminho no meu rosto.
É cheiro, é gosto?
Tu estás aqui de novo, e eu estou bêbado no teus
lábios de tabaco.
Fora com a luz.
Deixa o fumo esconder-se no escuro.
Até eu ouvir a mesma cinza
suspirar entre as flores de bronze.
Respirarei, após a meia-noite, o teu último beijo.
Edwin Morgan
Tradução: Pedro Calouste
Sem comentários:
Enviar um comentário