António Sardinha (1887-1925) nasceu em Monforte, Alentejo,
Portugal.
Licenciou-se na Faculdade de Direito de
Coimbra.
Foi poeta, historiador, ensaísta e
político.
Em 1914, fundou a revista “Nação
Portuguesa”, que viria a dar origem ao integralismo lusitano, do qual foi
precursor.
Dirigiu o jornal diário “A Monarquia”,
que defendia o nacionalismo monárquico.
Devido à derrota do movimento da
Monarquia do Norte, António Sardinha exilou-se em Espanha.
Algumas das suas obras poéticas: “Tronco
Reverdecido”; “Epopeia da Planície”; “Quando as Nascentes Despertam”; “Chuva da
Tarde”; “Era uma vez um Menino”; “O Roubo da Europa”.
Palavras de António Sardinha:
“Esta Elvas! “Esta Elvas!” – Oh, então!
Uma lágrima – um silêncio – um suspiro risonho porão Elvas inteira e viva à
nossa frente evocada em Amor como num sonho.”
Deus
na Planície
O
espírito de Deus flutua e erra
por
todo este côncavo profundo.
Assim
errava Ele sobre a terra
quando
pensou na criação do Mundo.
É
noite. Aqui não há mar nem serra.
Há
o infinito, o vago. E cá no fundominh'alma que se excede e que se aterra,
ó
Hálito-Supremo em que eu me inundo!
E
o Criador no enlevo em que eu me alago
domina
e empolga a Sua criatura.E como no Princípio sobre o vago
O
Espírito de Deus flutua e erra.
António Sardinha, in “Epopeia da Planície”
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