Rafael Alberti (1902-1999) nasceu em El Puerto de Santa Maria, Cádis, Espanha.
Foi poeta e pintor. Integrou a “Geração de 27 da literatura espanhola.
Em 1925, recebeu o “Prémio Nacional de Literatura”, pelo livro de poemas
intitulado, “Marinheiro em Terra”.
Após a sangrenta Guerra Civil em Espanha, Alberti mudou-se para Paris.
Por motivos políticos, decidiu viajar para o Chile, acompanhado pelo seu amigo
Pablo Neruda.
Regressou a Espanha em 1977. Recebeu, então, numerosas
homenagens, que exaltavam a sua estatura de poeta empenhado na causa da liberdade.
Foi, também, agraciado com diversos prémios literários, dos quais se destaca o
“Prémio Miguel de Cervantes”.
Palavras
de Rafael
Alberti:
“Os
poetas de vanguarda quando mais simples são, mais de vanguarda são. E um poeta
bêbado nunca pode ser um poeta simples, portanto nunca pode ser um poeta de
vanguarda.”
Equivocou-se
a pomba
Equivocou-se
a pomba.
Equivocava-se.
Por ir ao norte, foi ao sul.
Acreditou que o trigo era água.
Equivocava-se.
Acreditou que o mar era o céu:
que a noite, a manhã.
Equivocava-se.
Que as estrelas, orvalho;
que o calor; a nevasca.
Equivocava-se.
Que tua saia era tua blusa;
que teu coração, sua casa.
Equivocava-se.
(Ela dormiu na beira
tu, no topo de um ramo).
Equivocava-se.
Por ir ao norte, foi ao sul.
Acreditou que o trigo era água.
Equivocava-se.
Acreditou que o mar era o céu:
que a noite, a manhã.
Equivocava-se.
Que as estrelas, orvalho;
que o calor; a nevasca.
Equivocava-se.
Que tua saia era tua blusa;
que teu coração, sua casa.
Equivocava-se.
(Ela dormiu na beira
tu, no topo de um ramo).
Rafael
Alberti
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