sexta-feira, 20 de junho de 2014

EUGENIO MONTALE

 

 
Eugenio Montale (1896-1981) nasceu em Génova, Itália.
Pertenceu à escola da “poesia hermética” italiana, juntamente com Salvatore Quasimodo e Giuseppe Ungaretti.

Em 1925, publicou a sua primeira colectânea de poemas: Ossos de Sépia.

Foi colaborador da revista literária “Solaria”, na qual denunciava a realidade social e política de Itália durante o regime fascista.

Os seus sentimentos de solidão, incredulidade e pessimismo em relação ao ser humano foram-se debelando, ligeiramente, no decurso da sua obra.
Em 1975, recebeu o “Prémio Nobel de Literatura”.

 

Palavras de Eugenio Montale:

“Vós, palavras, traís em vão o ataque secreto, o vento que sopra no coração. A razão mais verdadeira é de quem cala.”
 
 

                 Madrigais Privados
 
Deste meu nome a uma árvore? Não é pouca coisa;
embora não me resigne a ficar apenas sombra, ou tronco,
abandonado num subúrbio. Eu o teu
dei a um rio, a um longo incêndio, à minha sorte
cruel, à confiança
sobre-humana com que falaste ao sapo
que saiu do esgoto, sem horror ou pena
ou exaltação, ao alento daquele poderoso
e suave lábio teu que consegue,
nomeando, criar: sapo flores relva rocha —
carvalho pronto a desfraldar-se sobre nós
quando a chuva dispersa o pólen das carnosas
pétalas de trevo e a chama se levanta.
 
 
 
Eugenio Montale
Tradução: Geraldo H. Cavalcanti
 

 

 

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