Guerra Junqueiro (1850-1923)
nasceu em Freixo de Espada à Cinta, Portugal.
Foi poeta, escritor, jornalista, político e deputado.
Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra.
A sua poesia foi catalisadora do processo revolucionário que levou à
implantação da República na madrugada do dia 5 de Outubro de 1910, destituindo a Monarquia Constitucional.
Foi o mais emblemático poeta representante da designada “Escola Nova”.
Desenvolveu relações de amizade com muitos dos melhores escritores e
poetas da época, integrando o grupo conhecido por “Geração de 70”.
Algumas das suas obras: “A Morte de D. João”; “A Velhice do Padre
Eterno”; “Os Simples”; “Oração ao Pão”; “Viagem à Roda da Parvónia”; “Poesias Dispersas”;
“A Musa em Férias”.
Na cidade do Porto, norte de Portugal, existe a “Casa-Museu Guerra
Junqueiro”.
Palavras de Guerra Junqueiro:
“A humanidade é a vitória dos arrogantes
sobre os humildes, dos fortes sobre os débeis, da besta sobre o anjo.”
A Minha Filha
(Vendo-a dormir)
Que alma intacta e delicada!
Que argila pura e mimosa!
É a estrela d'alvorada
Dentro dum botão de rosa!
Que argila pura e mimosa!
É a estrela d'alvorada
Dentro dum botão de rosa!
E, enquanto dormes tranquila,
Vejo o divino esplendor
Da alma a sair da argila,
Da estrela a sair da flor!
Anjos, no azul inocente,
Sobre o teu hálito leve
Desdobram candidamente,
Em pálio, as asas de neve...
E eu, urze má das encostas,
Eu sinto o dever sagrado
De te beijar— de mãos postas!
De te abençoar — ajoelhado!
Guerra Junqueiro, in “Poesias Dispersas”.
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