Autran
Dourado (1926-2012) nasceu em Patos, Minas Gerais, Brasil.
Foi galardoado com o “Prémio Camões”, em 2000. Recebeu-o no
Rio de Janeiro.
O
Prémio foi atribuído pelo conjunto da sua obra, mais de vinte livros, nas áreas
do romance, conto, ensaio e memórias.
Palavras
de Autran Dourado:
“O
escritor nunca está sozinho; atrás dele estão todos os outros grandes
escritores. Quando Você pensa que está fazendo uma coisa muito nova, vai ver os
gregos já fizeram – e até melhor.”
Excerto
de um texto publicado em “Os melhores contos”:
(…) A segunda categoria,
os marceneiros da nobre arte. Era exatamente aquela, sem metáfora ou imagem, de
que falou o sábio e intemporal rifoneiro Donga Novais - os que literalmente
enfeitavam cabo de colher de pau. Às vezes se dava o caso de que a colher
ficava tão bem-feitinha e artística, com delicado e sutil rendilhado,
labiríntica barafunda, de quase absoluta nenhuma serventia, que a peça passava
de mão em mão por toda a parentela, vizinhos e mesmo estranhos. Os elogios que
recebiam valiam por uma paga ao artista, que acabava por consentir (queriam)
que a mulher ou a filha colocasse a colher na parede, para nunca ser usada.”
Autran Dourado
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