sábado, 21 de junho de 2014

O BANHO DAS NINFAS

 


 
 
O Banho das Ninfas

 

Num canto da floresta escura e densa
por sobre a fonte curva-se um loureiro.
Nua, à ramada a Oréade suspensa sobre
a água dependura o corpo inteiro.

  Ao banho, as ninfas; rápido e ligeiro!
E ei-las, as manchas de brancura intensa
dos corpos nus, levípedes; e o cheiro
que a nuvem de ouro do cabelo incensa!...

  Lançam-se a nado as deusas em peleja
mas, súbito, rompendo os negros flancos
o bosque, o olhar de um Sátiro flameja...

E, nuas, elas sobem aos barrancos...
Tal à vista de um corvo que fareja
debanda a multidão dos cisnes brancos!

 



José María de Heredia (1842-1905) poeta de origem cubana, naturalizado francês.
Tradução: João Ribeiro
Ilustração: tela do pintor dinamarquês Christoffer Wilhelm Eckersberg (1783-1853)
 




 

 

 

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