Rainer Maria Rilke (1875-1926) nasceu em Praga, Checoslováquia.
Poeta e escritor expressionista, foi o criador do “objecto poema”, descrevendo com objectos físicos, o ”silêncio da sua realidade latente”.
Nos poemas filosóficos Rilke meditava sobre o tempo e a eternidade, a vida e a morte, a arte contra as coisas comuns. Acreditava na coexistência dos reinos material e espiritual.
Algumas das suas obras: O Livro das Horas; Vida e Canções; Elegias de Duíno; Sonetos a Orfeu; Cartas a um Jovem Poeta e Novos Poemas.
Palavras de Rainer Maria Rilke:
“O que é necessário, afinal, é apenas isto: solidão, grande solidão interior. Para andar dentro de si mesmo e encontrar ninguém durante horas - que é o que você deve ser capaz de alcançar.”
Solidão
A solidão é como uma chuva.
Ergue-se do mar ao encontro das noites;
de planícies distantes e remotas
sobe ao céu, que sempre a guarda.
E do céu tomba sobre a cidade.
Cai como chuva nas horas ambíguas,
quando todas as vielas se voltam para a manhã
e quando os corpos, que nada encontraram,
desiludidos e tristes se separam;
e quando aqueles que se odeiam
têm de dormir juntos na mesma cama:
quando todas as vielas se voltam para a manhã
e quando os corpos, que nada encontraram,
desiludidos e tristes se separam;
e quando aqueles que se odeiam
têm de dormir juntos na mesma cama:
então, a solidão vai com os rios...
Tradução: Maria João Costa Pereira
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