Senhor Imperador
Senhor Imperador:
escrevo-lhe estas linhas
em nome das mulheres
— as pobres e as rainhas.
Em nome das manhãs
que nascerão sem paz;
em nome das crianças
que nascerão sem pais.
Senhor Imperador:
se é bom fazer a guerra
por que não vai você
o homem que não erra?
Se a pátria pede sangue
por que não dá o seu?
Por que matar o moço
que ainda não viveu?
Um Deus que não o seu
louvando a vida humana
virá pra nos salvar
da garra dos tiranos
dos amantes da morte,
dos senhores da Dor.
Terá fim o seu crime,
Senhor Imperador!
escrevo-lhe estas linhas
em nome das mulheres
— as pobres e as rainhas.
Em nome das manhãs
que nascerão sem paz;
em nome das crianças
que nascerão sem pais.
Senhor Imperador:
se é bom fazer a guerra
por que não vai você
o homem que não erra?
Se a pátria pede sangue
por que não dá o seu?
Por que matar o moço
que ainda não viveu?
Um Deus que não o seu
louvando a vida humana
virá pra nos salvar
da garra dos tiranos
dos amantes da morte,
dos senhores da Dor.
Terá fim o seu crime,
Senhor Imperador!
Renata Pallottini , poetisa brasileira
Ilustração: pintura
da Renascença Italiana
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