Abade
de Jazente (Amarante,
Portugal, 1719 – 1789).
Em 1752, foi
nomeado abade da freguesia de Jazente,
onde viveu 30 anos e donde lhe veio o nome de Abade de Jazente.
Escreveu textos de conteúdo
moral, depoimentos históricos e poesias onde se canta o amor epicurista e
horaciano.
Réplica ao soneto de Camões “Amor é fogo que arde sem se ver ”:
Amor é um arder que não se sente
Amor é um arder que não se sente,
É ferida que dói e não tem cura,
É febre que no peito faz secura,
É mal que as forças tira de repente.
É fogo que consome ocultamente,
É dor que mortifica a criatura,
É ansia a mais cruel, a mais impura,
É frágoa que devora o fogo ardente.
É um triste penar entre lamentos,
É um não acabar sempre penando,
É um andar metido em mil tormentos.
É suspiros lançar de quando em quando,
É quem me causa eternos sentimentos,
É que me mata e vida me está dando.
Abade de
Jazente
Imagem: pintura de Barbara Hepwortth (Reino Unido, 1903 – 1975).
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