António
Manuel Couto Viana (Viana do Castelo, Portugal, 1923 – Lisboa, Portugal, 2010).
Foi poeta, dramaturgo,
ensaísta, empresário teatral, director artístico, actor, encenador e tradutor.
Esteve
ligado a diversas publicações de literatura e cultura surgidas nos anos 50.
Palavras de António Manuel Couto Viana:
“A homenagem a um poeta que morreu é
decorar-lhe os versos!”
Madrigal
Ainda
é possível este amor
Como um regresso ao paraíso?
Aroma apenas de uma flor?
O beijo apenas de um sorriso?
Ainda é possível este amor?
Qual a resposta que preciso?
E nada digo! E nada dizes!
Tudo nos basta num olhar
E que tu, mão, lisa, deslizes
Por sobre a minha, devagar...
Com pouco somos tão felizes
Que é já demais pedir luar!
E é já demais esta poesia
Se há cada vez menos valor
Nas tais palavras que diria
Para dizer-te o som e a cor
De um coração em harmonia
Que só se diz, dizendo: Amor!
Como um regresso ao paraíso?
Aroma apenas de uma flor?
O beijo apenas de um sorriso?
Ainda é possível este amor?
Qual a resposta que preciso?
E nada digo! E nada dizes!
Tudo nos basta num olhar
E que tu, mão, lisa, deslizes
Por sobre a minha, devagar...
Com pouco somos tão felizes
Que é já demais pedir luar!
E é já demais esta poesia
Se há cada vez menos valor
Nas tais palavras que diria
Para dizer-te o som e a cor
De um coração em harmonia
Que só se diz, dizendo: Amor!
António Manuel Couto Viana
Imagem:
ilustração de Afonso Cruz (Figueira
da Foz, Portugal, 1971).
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