Edgar Morin (Paris, França,
1921).
Palavras de Edgar Morin:
“O pensamento político está
reduzido à economia, como se tudo pudesse ser calculado.”
Quando é que uma pessoa se
torna intelectual?
Quando
é que uma pessoa se torna intelectual? Quer seja escritor, universitário,
cientista, artista ou advogado, só se passa a ser intelectual, no meu sentido,
quando se trata, por meio de ensaio, de texto de revista, de artigo de jornal,
de forma especializada e para além do campo profissional estrito, dos problemas
humanos, morais, filosóficos e políticos. É então que o escritor, o filósofo, o
cientista se autoinstituem intelectuais.
O termo intelectual tem um significado missionário, divulgador,
eventualmente militante. Assim, a qualidade de intelectual não é determinada
pela pertença profissional à intelligentsia, antes vem do uso ou da
superação da profissão, nas e pelas ideias.
Assim Sartre é um intelectual
quando escreve “L'Existencialisme est un Humanisme” e anima a revista “Les
Temps Modernes”.
Camus é um intelectual quando escreve “L'Homme Revolté” e faz
editoriais em “Combat”.
Na frente dos intelectuais há a raça bastarda dos
escritores/escreventes (como mais ou menos dizia Barthes, o escritor escreve
para a escrita, o escrevente escreve para as ideias).
E o seu meio de expressão
mais adequado é o ensaio, género híbrido entre a filosofia, a literatura, o
jornalismo e a sociologia.
Edgar Morin, in “Os meus Demónios”.
Imagem: pintura de Frederic Leighton (Reino Unido, 1830 – 1896).
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