Arquivo Nacional
Torre do Tombo
A Torre do Tombo é de uma das
instituições mais antigas de Portugal.
Desde a sua instalação numa das torres do castelo de Lisboa, ocorrida
provavelmente no reinado de D Fernando e seguramente desde 1378, data da primeira certidão
conhecida, até 1755, prestou serviço como Arquivo do rei, dos seus vassalos, da
administração do reino e das possessões ultramarinas, guardando também os
documentos resultantes das relações com os outros reinos. (…)
No século XVIII, o crescente
número de certidões solicitado à Torre do Tombo, onde avultam as pedidas pela
Academia de História, fez aumentar o número dos seus oficiais.
Neste século, no
âmbito da descrição dos documentos, realizaram-se numerosos índices, indo ao
encontro da necessidade de se conhecerem os documentos e de se criarem os
instrumentos de pesquisa necessários à sua recuperação: este trabalho
iniciou-se e decorreu, em boa parte, no edifício da torre do castelo: assim
foram elaborados a maioria dos índices das Chancelarias régias (1715-1749), das
Leis e Ordenações (1731), das Bulas (1732), dos moradores da Casa Real (entre
1713 e 1742), o inventário das Bulas, Breves e trasuntos pontifícios
(1751-1753).
No dia 1 de Novembro de 1755, a torre
ruiu durante o terramoto. A documentação foi recolhida dos escombros, e
guardada, temporariamente, numa barraca de madeira, construída na Praça de
Armas, após autorização do Marquês de Pombal, datada de 6 de Novembro.
Em 26 e
27 de Agosto de 1757, foi transferida para uma parte do edifício do Mosteiro de São Bento da Saúde,
da lado da Calçada da Estrela, ocupando as instalações designadas por Casa dos
Bispos e compartimentos contíguos, que foram arrendados ao mosteiro. Houve
então que proceder à sua instalação, e à sua organização: os maços da Casa da
Coroa, foram organizados em colecção do Corpo Cronológico, e em colecção dos
Fragmentos. (…)
No
período liberal, a Torre do Tombo, designada por Arquivo Nacional no Regulamento de 1823, ou por Real Arquivo da Torre do Tombo,
foi chamada a desempenhar funções de âmbito muito mais alargado, encetando uma
nova fase na vida institucional, marcada pela incorporação de documentos dos
arquivos dos extintos tribunais do Antigo Regime, em 1821 e 1833, e dos
cartórios das corporações religiosas, extintas por Decreto de 28 de Maio de
1834.
Estão reconhecidos quatro grandes ciclos de incorporações ao longo do
século XIX, provenientes de diversas instituições, facto que concorreu para a
desorganização dos acervos, que não entraram completos. (…)
Nos
últimos cem anos, o Arquivo Nacional cresceu significativamente com a
integração de diversos serviços de arquivo: o Arquivo dos Feitos Findos (em
1915 por Decreto n.º 1659, de 15 de Junho), o Arquivo dos Registos Paroquiais,
acumulando as funções de Arquivo Distrital de Lisboa (desde 1918 até 1992), o
Arquivo das Congregações (em 1930), o Arquivo Histórico do Ministério das
Finanças (em 1992) e mais recentemente o serviço de Lisboa do Centro Português
de Fotografia (2007), para além das múltiplas entradas de documentos,
provenientes de diversas instituições públicas, de arquivos senhoriais, e
pessoais, muitos deles adquiridos por compra. (…)
A sua
identidade própria foi recuperada em 2007
pela vigente lei orgânica, e novamente designado por Arquivo Nacional da Torre
do Tombo constituindo-se como arquivo de âmbito nacional na dependência da
Direcção Geral de Arquivos.
Fonte: Arquivo Nacional Torre do Tombo (excertos)
Imagem: Carta Náutica de João Teixeira Albernaz
(1620-1640). Apresenta elementos iconográficos, como as imagens de Santo
António de Lisboa e de N.S. da Conceição, padroeira de Portugal. Em baixo, está
a parte do Brasil. O original está
na Torre do Tombo, em Portugal.
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