Poeta, ensaísta e tradutor, iniciou a sua carreira aderindo ao grupo dos Surrealistas.
Afastado do grupo, publicou, em 1953, a sua primeira obra: Du mouvement et de l´immobilité de Douve.Além da sua actividade poética, escreve sobre arte e literatura.
Palavras de Yves Bonnefoy:
"Para mim, um livro de poemas significa trabalho: um trabalho de escuta. Há grupos de palavras que é preciso interpretar quando estão passando por nós."
A Murta
Por vezes te sabia a terra, eu bebiaEm teus lábios a angústia das nascentes
Quando brota das pedras quentes, e o verão
Dominava alto a pedra airosa e quem bebia.
Por vezes te dizia de murta e queimávamos
Árvore de teus gestos todos todo um dia.
Eram fogaréus breves de uma luz vestal,
Assim eu te inventava em teus cabelos claros.
Todo um nulo verão secara-nos os sonhos,
Tolhera a voz, inchara os corpos, quebrara os ferros.
Por vezes ia rodando o leito, barca livre
Que ganha lentamente o mais alto cio mar.
Tradução: Mário Laranjeira
Imagem: pintura Bela Abodi Nagy (Hungria, 1918 -2012).
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