Augusto Casimiro (Lisboa, Portugal,
1889 – 1967).
Poeta,
cronista, memorialista, ensaísta e tradutor, publicou o seu primeiro livro em
1906, intitulado Para a Vida.
Participou
na Campanha da Flandres (1917-1918), durante a Primeira Guerra Mundial, de que
resultaram os livros Nas Trincheiras da
Flandres e Calvários da Flandres.
Integrou
o grupo que fundou a “Renascença Portuguesa” e o grupo de intelectuais que
lançou a revista Seara Nova.
Foi
um poeta saudosista, com amor à vida e aos valores tradicionais.
Voz das Lágrimas
Que belos são os olhos
marejados,
- Ó meu Amor – de
lágrimas!... Parece Que sobre os nossos olhos extasiados
Toda a Beleza e toda a graça desce...
Que numa lágrima
somente, – abraço
Infinito e divino, –
os altos céus A nossa alma e a vastidão do espaço,
Se beijam, fundem, – realizam Deus...
Deixa correr as
lágrimas…Só vêem
Aquelas almas lúcidas
que têm Os olhos claros, doces, de chorar...
Almas de Amor, sem voz
que diga tudo,
Deslumbradas de céu,
num gesto mudo, Choram...
E o Pranto é um modo de falar...
Augusto Casimiro, in “Antologia Poética”
Imagem: pintura de Gustave Doré (França, 1832 – 1883).
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