HILDA HILST
(Jaú, Brasil, 1930 - Campinas 2004)
Poetisa, dramaturga
***
A sua estreia em livro ocorre em 1950, com a publicação do livro de poemas Presságio. Entre 1967 e 1969, escreve oito peças teatrais, parcialmente inéditas até 2009. Em 1970, estreia na prosa, com a publicação de Fluxo-Floema.
in ”Eniclopédia Itaú Cultural” (excerto)
POEMAS AOS HOMENS DO NOSSO TEMPO
Amada vida, minha morte demora.
Dizer que coisa ao homem,
Propor que viagem? Reis, ministros
E todos vós, políticos,
Que palavra além de ouro e treva
Fica em vossos ouvidos?
Além de vossa RAPACIDADE
O que sabeis
Da alma dos homens?
Ouro, conquista, lucro, logro
E os nossos ossos
E o sangue das gentes
E a vida dos homens
Entre os vossos dentes.
***********
Ao teu encontro, Homem do meu tempo,
E à espera de que tu prevaleças
À rosácea de fogo, ao ódio, às guerras,
Te cantarei infinitamente à espera de que um dia te conheças
E convides o poeta e a todos esses amantes da palavra, e os outros,
Alquimistas, a se sentarem contigo à tua mesa.
As coisas serão simples e redondas, justas. Te cantarei
Minha própria rudeza e o difícil de antes,
Aparências, o amor dilacerado dos homens
Meu próprio amor que é o teu
O mistério dos rios, da terra, da semente.
Te cantarei Aquele que me fez poeta e que me prometeu
Compaixão e ternura e paz na Terra
Se ainda encontrasse em ti, o que te deu
Sem comentários:
Enviar um comentário