sábado, 24 de novembro de 2018

GONÇALVES DIAS – Canção do Exílio


GONÇALVES DIAS
(Caxias, Brasil,1823 — Guimarães, 1864)
Poeta, professor, crítico de história

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Em 1851, publicou os Últimos Cantos, encerrando a fase mais importante de sua poesia. A melhor parte da lírica dos Cantos inspira-se ora da natureza, ora da religião, mas sobretudo do seu carácter e temperamento. A sua poesia é eminentemente autobiográfica
Pela obra lírica e indianista, Gonçalves Dias é um dos mais típicos representantes do Romantismo brasileiro e forma, com José de Alencar na prosa, a dupla que conferiu carácter nacional à literatura brasileira.

in “Academia Brasileira de Letras” (excertos)
                                                 
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       CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar – sozinho – à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
       Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que eu desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.




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