JEAN RACINE
(França, 1639 - 1699)
Poeta, dramaturgo, matemático
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Foi um dos maiores dramaturgos clássicos da França.
Autor de tragédias consideradas obras-primas, adaptações de obras gregas e romanas, Andrómaca, Britânico, Bérénice, Mitridates, Ifigênia em Áulida e Fedra.
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FALA DE TITO
Sei que só eu, por fim, me posso destruir;
mas pude já viver, deixar-me seduzir.
Meu coração nem qu´ria indagar no futuro
aquilo que pudesse, entre nós, ser um muro.
Agradava-me crer que nada era invencível:
sem nada examinar, eu esperava o impossível.
Ou esperava, talvez, perante vós morrer,
sem este adeus cruel haver de vos fazer.
De obstáculos até me incendiava outrora.
Que importavam razões? Mas a glória, Senhora,
inda eu a não ouvira, em meu foro interior,
no tom em que ela fala a um Imperador.
Conheço bem de mais tormentos que irei ter;
sinto bem que sem vós nem saberei viver.
Meu coração de mim começa a se afastar:
nem de viver se trata: apenas de reinar.
in “Bérénice, acto IV, cena V - Poesia
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