sábado, 20 de abril de 2019

ANTÓNIO ALÇADA BAPTISTA – ‘O Riso de Deus’




ANTÓNIO ALÇADA BAPTISTA
(Covilhã, Portugal, 1927 - Lisboa, 2008)
Escritor

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A sua produção literária divide-se entre o ensaio e a crónica, o memorialismo e a ficção. Manteve na sua obra um esforço torturado mas sereno de transformação do homem e da sociedade, por imperativo interior de uma forte vinculação à transcendência.

in “Portugal Século XX”
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O RISO DE DEUS


- Meu amor, isto parece absurdo mas é mesmo assim: quanto mais as pessoas são ricas por dentro, mais sentem a necessidade de reivindicar uma vida que esteja de acordo com aquilo que sentem, maior é a sua incomodidade e a sua insatisfação.

A vida para estas pessoas é mais difícil e mais dolorosa embora tenha depois grandes compensações. As respostas que queremos não estão naquilo que os outros vivem e cada vez se encontram menos interlocutores para a nossa inquietação.

Mas não te aflijas: os valores que nos deram não nos satisfazem e andamos à procura daquilo que os poderá substituir. Não creio que seja possível fazer grandes mudanças sem sofrimento por isso temos é que procurar resistir com a serenidade que pudermos.

in "O Riso de Deus" (excerto)


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