ANTÓNIO FEIJÓ
(Ponte
de Lima, Portugal, 1859 - Estocolmo, Suécia, 1917)
Poeta
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Apesar de na sua poesia se reflectirem a obsessão da decadência e a ironia do desencanto, assume sempre uma atitude aristocratizante perante a vida e a arte, o que, aliado à perfeição formal dos seus versos, lhe dá jus ao primeiro lugar entre os poetas parnasianos portugueses.
in "Portugal Século XX"
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PÁLIDA E LOIRA
Morreu. Deitada num caixão estreito,
pálida e loira, muito loira e fria,
o seu lábio tristíssimo sorria
como num sonho virginal desfeito.
Lírio que murcha ao despontar do dia,
foi descansar no derradeiro leito,
as mãos de neve erguidas, sobre o peito,
pálida e loira, muito loira e fria.
Tinha a cor da rainha das baladas
e das monjas antigas maceradas
no pequenino esquife em que dormia.
Levou-a a morte em sua garra adunca,
e eu nunca mais pude esquecê-la, nunca!
pálida e loira, muito loira e fria.
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