11 de Setembro
Um dia normal decorria na capital nova-iorquina.
Várias pessoas monitorizavam as suas ideias num papel digital
pressionando, freneticamente, os botões de um teclado cansado.
Outras trocavam ideias, conceitos, opiniões.
Os vidros trespassavam um brilho culminante,
transparecendo a vida exterior a um edifício magnificente.
A agitação natural da cidade
parecia não se sentir nos confortáveios gabinetes.
Apenas uma visão fugaz através das vidraças o denunciava.
O som de vozes empenhadas num trabalho valoroso
misturava-se com o cheiro do café.
A brancura das paredes invadira o espaço.
Uma habitual rotina.
Fugazmente, os fortes vidros transformaram-se
em frágeis fatias de matéria.
As cândidas paredes mancharam-se com un negro véu de medo.
O espaço cobriu-se com um manto de cinzas asfixiantes.
Tudo parecia perdido.
Vozes de agonia sopravam através de um cobertor de pânico.
Corpos desesperados lançavam-se pelo abismo.
Gritos, lágrimas.
Uma criança obsevava, no exterior, o terror
que se desenrolava ao seu redor.
Não entendia. Apenas via.
A sua mãe segurava a sua mão, apertando-a. Chorava.
Tudo parecia demasiado estranho.
- O pai está lá dentro?
Sem saber, uma tímida lágrima desliza, humedecendo a pele
do seu rosto.
A mãe olha para a criança. Um olhar desfocado.
Acaricia os seus cabelos claros e sussurra:
- O pai está dentro do teu coração.
Várias pessoas monitorizavam as suas ideias num papel digital
pressionando, freneticamente, os botões de um teclado cansado.
Outras trocavam ideias, conceitos, opiniões.
Os vidros trespassavam um brilho culminante,
transparecendo a vida exterior a um edifício magnificente.
A agitação natural da cidade
parecia não se sentir nos confortáveios gabinetes.
Apenas uma visão fugaz através das vidraças o denunciava.
O som de vozes empenhadas num trabalho valoroso
misturava-se com o cheiro do café.
A brancura das paredes invadira o espaço.
Uma habitual rotina.
Fugazmente, os fortes vidros transformaram-se
em frágeis fatias de matéria.
As cândidas paredes mancharam-se com un negro véu de medo.
O espaço cobriu-se com um manto de cinzas asfixiantes.
Tudo parecia perdido.
Vozes de agonia sopravam através de um cobertor de pânico.
Corpos desesperados lançavam-se pelo abismo.
Gritos, lágrimas.
Uma criança obsevava, no exterior, o terror
que se desenrolava ao seu redor.
Não entendia. Apenas via.
A sua mãe segurava a sua mão, apertando-a. Chorava.
Tudo parecia demasiado estranho.
- O pai está lá dentro?
Sem saber, uma tímida lágrima desliza, humedecendo a pele
do seu rosto.
A mãe olha para a criança. Um olhar desfocado.
Acaricia os seus cabelos claros e sussurra:
- O pai está dentro do teu coração.
Carolina Taveira (Lisboa, 1987), in “Palavras Intemporais”.
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