sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Poeta do Fado: Gabriel de Oliveira

 
 
 
 
 

Gabriel de Oliveira (1891-1953) nasceu em Lisboa, Portugal.

Combateu na Primeira Guerra Mundial.

Poeta do fado, escreveu grandes êxitos, tais como: Há Festa na Mouraria, A Senhora do Monte, Igreja de Santo Estevão, Café das Camareiras. 

Natália dos Anjos, Joaquim Campos, Carlos Ramos e Alfredo Marceneiro foram alguns dos fadistas que cantaram letras de Gabriel de Oliveira.
Figurou na "Antologia dos Poetas Modernos Portugueses", organizada por Fernando Pessoa e António Botto.
Sabendo do interesse do rei D. Carlos pela Guitarra Portuguesa e pelo Fado, escreveu a letra “O Embuçado” que se mantém uma referência neste género musical.

 


      O Embuçado

Noutro tempo a Fidalguia
Que deu brado nas toiradas
Andava p'la Mouraria
Onde muito falar se ouvia
Dos Cantos e Guitarradas.

A história que eu vou contar
Contou-me certa velhinha
Certa vez que eu fui cantar
Ao salão de um Titular
Lá para o Paço da Rainha.

E nesses salão doirado
De ambiente Nobre e sério
Para ouvir cantar o Fado
Ia sempre um Embuçado
Personagem de mistério.

Mas certa noite ouve alguém
Que lhe disse, erguendo a fala:
- Embuçado, nota bem:
Que hoje não fique ninguém
Embuçado nesta sala!

Perante a admiração geral
Descobriu-se o Embuçado
Era El-Rei de Portugal
Houve beija-mão real
E depois cantou-se o Fado.

 

Gabriel de Oliveira

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