Cantiga da Natureza
Já
chove, já quer chover,
Já correm os ribeirinhos,
Já semeiam os alqueires
Já cantam os passarinhos.
Já correm os ribeirinhos,
Já semeiam os alqueires
Já cantam os passarinhos.
Já
lá vem no Sol nascendo
Qu'
é o rei das alegrias;
Como pode o Sol ser velho,
Nascendo todos os dias?
Como pode o Sol ser velho,
Nascendo todos os dias?
O
Sol é arco de prata,
A Lua é a fechadura,
As estrelas são as chaves
Que fecham pouca ventura.
A Lua é a fechadura,
As estrelas são as chaves
Que fecham pouca ventura.
O
Sol é trabalhador,
Anda no campo lavrando.
É abugão do Senhor,
As 'strelas anda mandando.
Anda no campo lavrando.
É abugão do Senhor,
As 'strelas anda mandando.
O
sol-posto vai doente,
A Lua o vai sangrar,
As estrelas são bacias
Que o sangue vão aparar.
A Lua o vai sangrar,
As estrelas são bacias
Que o sangue vão aparar.
O
sol quando nasce, é rê
E às dez horas é c'roado,
E à tardinha já não vê
E à tarde já vai doente
Rompe o Sol, cantam as aves,
E às dez horas é c'roado,
E à tardinha já não vê
E à tarde já vai doente
Rompe o Sol, cantam as aves,
Abrem
as flor's no jardim
Tudo alegre, tudo canta
Só há tristezas em mim.
Tudo alegre, tudo canta
Só há tristezas em mim.
Cancioneiro Popular Português de J. Leite
de Vasconcellos
Sem comentários:
Enviar um comentário