Rubem Fonseca nasceu
no dia 11 de Maio de 1925, em Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
Foi
galardoado com o “Prémio Camões”, em
2003, pelo conjunto da sua obra. Recebeu-o, no Brasil, em Maio do mesmo ano.
Publicou
mais de trinta livros, entre os quais: Agosto,
O Caso Morel, O Selvagem da Ópera, Amálgama”.
Participou
na antologia Os Cem Melhores Contos Brasileiros
do Século.
É
um prestigiado escritor de roteiros cinematográficos.
Palavras de Rubem Fonseca:
"Leio os jornais para saber o que eles estão comendo, bebendo, e fazendo. Quero viver muito para ter tempo de matar todos eles."
Excerto do conto “Raimundinha"
Só tenho duas filhas, uma de catorze anos chamada Jacqueline
e outra de treze de nome Gisele, porque uma das patroas que tive era uma médica
que trabalhava na prefeitura e ela me disse que ia fazer ligadura das minhas
trompas mas que ninguém podia saber porque era proibido fazer aquele tipo de
operação num hospital público, o governo e os padres não deixavam, se soubessem
ela perdia o emprego. Então ela fez escondido fingindo que estava tratando uma
infecção urinária.
O pai das meninas me deu um pontapé na bunda quando elas
ainda eram pequenas, levou tudo com ele, até a televisão, e eu fiquei cuidando
delas sozinha. Tive outros homens, mas eles não puderam fazer filhos em mim
graças à santa da minha patroa, o nome dela era doutora Raquel.
Depois de algum tempo fiquei sem homem dentro de casa, eram
todos pessoas muito ruins, teve até uns que batiam em mim, um deles quebrou
esse meu dente da frente com um soco. Então, eu me desiludi de homem e decidi
viver sozinha. (…)
Rubem Fonseca,
in “Ela e Outras Mulheres”
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