Ruben A. (Lisboa, Portugal, 1920 – Londres, Reino Unido, 1975).
Professor, romancista, dramaturgo e historiador foi autor de
diversas narrativas de cunho memorialista.
Palavras de
Ruben A.:
“Amor é a possibilidade de duas pessoas não se aborrecerem uma à outra.”
Vivemos
para os momentos Futuros, e não o Presente
A ânsia de matar tempo, de
liquidar o espaço de dias entre um acontecimento e o que lhe sucede, transmite,
tanto em casos de amor como em outros, fins importantes, um estado de alma que
se preocupa exclusivamente em atingir esse alvo previamente estabelecido.
Não
se pensa em mais nada. Semelhante à situação criada quando se sabe de antemão
que se vai encontrar determinada pessoa que nos interessa muito.
Fica-se
incapaz de articular palavra, de estreitar vínculo com quem quer que seja que
se nos atravesse no caminho. Está-se a viver em outrem, num estado fora da
relação humana do dia-a-dia.
Nem sequer ouvimos os sons, arrepiamos a pele ao
tomar conhecimento consciente de notícias que já sabíamos de antemão
pertencerem ao domínio público.
Esta é também a ânsia do suicida que nada mais
faz entre a decisão de cometer o homicídio e a prática do acto extremo.
Ruben
A.,
in "O Mundo À Minha Procura I"
Imagem: pintura de Almada Negreiros (São Tomé e Príncipe,
1893 – Lisboa, Portugal, 1970).
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