António
Feijó (Ponte de Lima, Portugal,
1859 – Estocolmo, Suécia, 1917).
Foi poeta do movimento literário denominado Parnasianismo.
Desempenhou cargos diplomáticos no Brasil, na Suécia, na Noruega e na Dinamarca.
Palavras de António Feijó:
Pálida
e Loira
Morreu. Deitada num caixão estreito,
pálida e loira, muito loira e fria,
o seu lábio tristíssimo sorria
como num sonho virginal desfeito.
Lírio
que murcha ao despontar do dia,
foi descansar no derradeiro leito,
as mãos de neve erguidas, sobre o peito,
pálida e loira, muito loira e fria.
foi descansar no derradeiro leito,
as mãos de neve erguidas, sobre o peito,
pálida e loira, muito loira e fria.
Tinha
a cor da raínha das baladas
e das monjas antigas maceradas
no pequenino esquife em que dormia.
e das monjas antigas maceradas
no pequenino esquife em que dormia.
Levou-a
a morte em sua garra adunca,
e eu nunca mais pude esquecê-la, nunca!
pálida e loira, muito loira e fria.
e eu nunca mais pude esquecê-la, nunca!
pálida e loira, muito loira e fria.
António
Feijó, in “Líricas Bucólicas”
Imagem: pintura de Paula
Rego (Lisboa, Portugal, 1935).
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