Henri Bergson (Paris, França, 1859 – 1941).
Filósofo francês, filho de pais judeus de origem polonesa, apesar de sua excepcional aptidão para as ciências, optou pela filosofia.
Ensinou em Angers e, depois, em Clermont, até 1888. Retornando a Paris em 1889, ensinou no Liceu Henri 4º, na “École Normale Supérieure” e no “Collège de France”.
Bergson é um marco na filosofia moderna: substituindo pela visão biológica a visão materializante da ciência e da metafísica, ele representa o fim da era cartesiana.
Exprime, em nível filosófico, um novo paradigma baseado na consciência, adquirido pela cultura de seu tempo, das conexões entre a vida orgânica e a vida social e psíquica. Chamando a sua metafísica de "positiva", ele dá a essa palavra um significado tão original quanto o que atribui ao "dado imediato".
Sua originalidade reside, fundamentalmente, no tipo de ruptura que ele introduz no racionalismo do século XVII. Enquanto outros oporiam ao racionalismo a subjetividade ou a história, Bergson tem uma visão nova (que também o distancia de Hegel) da dialética e da existência.
Bergson constrói a sua filosofia sobre quatro idéias fundamentais: a "intuição", a "durée", a "memória" e o "élan vital". Para ele, a filosofia não só se distingue da ciência, como mantém com as coisas uma relação que é o oposto da relação científica. Uma é o conhecimento do absoluto, e outra, do relativo. Um absoluto não poderia ser dado senão numa intuição, ao passo que todo o resto depende da análise.(…)
Recebeu o “Prêmio Nobel de Literatura” em 1927.
Henri Bergson, in “Enciclopédia Mirador Internacional” (excerto)
Palavras de Henri Bergson:
“A inteligência é, antes de mais nada, a faculdade de relacionar um ponto do espaço com outro ponto do espaço, um objeto material a outro objeto material; aplica-se a todas as coisas, mas permanecendo exterior a elas, e não distinguindo nunca, duma causa profunda, senão a sua difusão em efeitos justapostos.”
Conhecimento Interesseiro
Conhecer uma realidade é, no sentido habitual do termo «conhecer»: tomar conceitos já feitos, doseá-los, combiná-los até obter um equivalente prático do real. Mas não se deve esquecer que o trabalho da inteligência está longe de ser um trabalho desinteressado. Não visamos em geral conhecer por conhecer, mas conhecer para tomar uma decisão, para tirar algum proveito; enfim, para satisfazer algum interesse.
Henri Bergson, in “O Pensamento e o Movente”
Imagem: pintura de Francisco de Goya (Fuendetodos, Espanha, 1746 – Bordéus, França, 1828).
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